Se não conseguiu construir os estádios que pretendia no futebol paranaense, Lolô Cornelsen é conhecido internacionalmente pelos projetos de autódromos. É dele, por exemplo, o circuito de Jacarepaguá, inaugurado nos anos 1960 e que sediou provas da Fórmula 1 nos anos 1980.
Os autódromos de Estoril, em Portugal, e de Luanda, em Angola – considerado, numa eleição entre jornalistas especializados, o “circuito perfeito”-, também são projetos de Lolô. Da mesma forma, o piloto brasileiro Emérson Fittipaldi foi só elogios à pista em 1972.
Os pilotos que conheceram o circuito de Luanda elogiaram especialmente a concepção de segurança. Chamaram atenção o redutor de velocidade na entrada dos boxes e a criação da caixa de brita.
De acordo com o folclore que gravita em torno de Cornelsen, a criação da caixa de brita teria sido involuntária: como restara grande volume de pedras com o fim das obras, os operários quiseram saber onde iriam colocar aquele excedente. Para evitar mais trabalho, já que haveria prova de inauguração, Lolô Cornelsen mandou espalhar as pedras nas curvas.
Durante a prova um carro perdeu o controle e parou na caixa de brita. O piloto saiu do carro elogiando aquilo: se não fosse a medida de segurança ele poderia ter morrido. Por algumas décadas, a caixa de brita acabou virando elemento de segurança obrigatória em todos os circuitos desde então.