Celeiro de craques

Professor Miro descobriu uma mina de ouro na AABB

Pachequinho para um pouco, pensa e diz: ‘Eu acho que a minha família, eu e meus irmãos demos início àquela geração de craques do futebol paranaense que saiu da AABB de Curitiba’. Pode ser. A Associação Atlética do Banco do Brasil tinha bons times de futebol de salão, que disputavam torneios em várias categorias, e vencia estes torneios. E Alzemiro Bueno, também conhecido por Professor Miro, responsável pelas categorias mirim e infantil do Coritiba e também funcionário do Banco do Brasil, não deixou de perceber que ali havia uma verdadeira mina de ouro. Ele tanto levou garotos de talento para o Coritiba como também fez o caminho inverso – levou para a AABB garotos talentosos que descobriu nas peneiradas que promovia em Curitiba e na região metropolitana, para reforçar os times da associação.

Um dos garotos de talento que o Professor Miro descobriu e levou para a AABB para jogar futebol de salão pelas equipes da associação foi Alexsandro de Souza, descoberto numa peneirada realizada em Colombo em 1987. Alexsandro que veio a ser conhecido como Alex se tornou um dos maiores craques das histórias de Coritiba, Palmeiras, Cruzeiro e do Fenerbahce da Turquia. Quando o apresentou para Carlos Roberto Socha, responsável pelo time de futsal da AABB, Professor Miro disse: ‘Estou te trazendo um garoto de ouro. Eu acabei de achar o último dos Pachequinhos’. Miro havia botado o olho em Pachequinho e não sossegou enquanto não o levou para o Alto da Glória. É Pachequinho quem explica: ‘Acontece que meu pai torcia para o Ferroviário. E, depois, para o Colorado. E assim ele levava os meus irmãos para o Colorado e certamente também teria me levado não fosse o Professor Miro’.

Quando viu Pachequinho jogar, o Professor Miro disse para Carlos Alberto Socha: ‘Este eu não vou deixar você levar para o Colorado. Este eu vou levar para o Coritiba’. E levou. Coincidência ou não, Pachequinho foi o representante da família Pacheco que mais longe chegou no futebol profissional. Assim, Professor Miro se sentiu na obrigação de retribuir ao amigo Socha. E o fez quando descobriu Alex, o levou para jogar futebol de salão na AABB. Pachequinho a princípio, na cabeça dos primeiros mentores de Alex no futebol, era uma inspiração. Para ele e para outros garotos que jogavam na AABB e aspiravam seguir carreira no futebol profissional. Tanto que no começo da carreira, um dos apelidos de Alex era justamente Pachequinho. Apelido que perdeu quando começou a se destacar no Coritiba, com o nome de Alex.

Outro apelido de Alex era Beiço. Mas este era entre os amigos do time. O certo é que de uma coisa ninguém tem dúvida: a AABB foi um celeiro de craques para o futebol paranaense. Além de Pachequinho e Alex, passaram por lá Ricardinho (ex-Paraná Clube, Corinthians, São Paulo, Besitkas e Seleção Brasileira, pentacampeão na Copa de 2002); Lúcio Flávio (ex-Paraná Clube e Botafogo); Jetson, Danielzinho, Castorzinho, Malzone (ex-Coritiba); Perdigão (ex-Paraná Clube e Corinthians Paulista); Pizzatto (ex-Coritiba e Avaí), Marlos (ex-Coritiba e São Paulo); Dirceu (ex-Coritiba); Renan (ex-Coritiba e Ponte Preta); Diogo e Bruno Batata (J.Malucelli); João Henrique e Dudu (Comercial-SP); Júlio Madureira (ex-Malutrom) e muitos outros.

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