O Clube Atlético Paranaense terminou o Campeonato Brasileiro de 2006 numa posição intermediária. Na reta final, alternou bons e maus resultados. Entre os bons estavam a goleada contra o Paraná Clube por 4 x 0 no dia 28 de outubro, o emocionante jogo contra o Vasco no dia 1 de novembro, em que o clube venceu por 6 x 4, ambos na Arena da Baixada e os empates contra o Palmeiras e o São Paulo, ambos em São Paulo. O time era dirigido por Vadão. O técnico tinha como opção no banco um atacante que entrava normalmente no segundo tempo. Paulo Rink, que estava em fim de carreira e disputava suas últimas partidas como jogador profissional. Justamente no time em que começou.
Por aqueles dias, Rink fez o seu último gol como profissional. Foi no dia 4 de outubro no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, aos 45 minutos do primeiro tempo. Foi o último dos muitos que ele marcou na carreira – como jogador profissional. Rink não tem contagem precisa: ele acha que foi de 300 a 400. E naquele dia também recebeu o último cartão amarelo. A última partida dele como jogador foi na goleada que o Furacão sofreu em pleno estádio Durival de Brito e Silva para Figueirense, por 4 x 1, derradeiro jogo da competição e com sabor de fim de festa, já que não mudava muita coisa na vida dos dois times: ambos estavam classificados para a Copa Sul-Americana do ano seguinte. E assim terminou a carreira de um jogador que podia bater no peito e dizer que ajudou muito o Atlético Paranaense. O Furacão ainda fez mais um jogo pela competição, no dia 3 de dezembro, em Campinas, no estádio Moisés Lucarelli, contra a Ponte Preta. A partida terminou empatada em um gol. Mas Paulo Rink já não estava mais em campo.
Rink deixou os gramados com a fama de quem ajudou o Furacão em campo marcando gols – por exemplo, ele fez contra o Mogi Mirim no quadrangular final da Série B de 1995, o gol que devolveu o Atlético à elite do futebol brasileiro. A parceria com Oséas foi uma das melhores fórmulas ofensivas da história atleticana. Ele também ajudou as finanças do rubro-negro da Baixada quando foi vendido para o Bayer Leverkusen da Alemanha por 8 milhões de dólares. O negócio foi na época o maior faturamento de um clube paranaense em transações desta natureza. E até hoje ainda é lembrado como um bom negócio. E foi com o dinheiro da venda de Rink, mais a venda de Oséas para a Parmalat por 6 milhões de dólares, que o Atlético pode dar um salto qualitativo entre os clubes de elite do Brasil, com a construção da primeira Arena da Baixada.
Começo é fogo!
Esta história começa muitos anos antes, 1985, no time de futebol de salão do Pinheiros Esporte Clube. E como quase todo começo, não foi fácil. “Eu comecei aos doze anos no futebol de salão. E jogando no gol. Como eu era muito ruim no gol, o técnico me mandou ficar de pivô na linha”, diz Rink, O que era para ser uma gambiarra do técnico, virou descoberta. “Eu me dei bem por ali e no campeonato estadual da categoria eu fui escolhido o melhor pivô do Paraná”, diz ele. A partir daí a carreira de Paulo Rink simplesmente deslanchou. “Em 1981 eu fui fazer teste no Atlético Paranaense com o professor Nascimento. Fui aprovado para a categoria infantil. Em seguida eu fui convocado para a Seleção Sub-15 Brasileira”, conta Rink. E foi aí que aconteceu um episódio que viria a ser determinante no futuro do jogador.
Rink estava entre os atletas que seriam inscritos para um campeonato internacional da categoria no Equador. Mas, depois de dois meses treinando na Granja Comary, de maio a julho, ele machucou o joelho e não pode ir. Se tivesse sido inscrito, ele não poderia muitos anos depois disputar competições pela Seleção da Alemanha, como veio a acontecer. E assim ele voltou para o Atlético, passou pelas categorias de base do clube, até se profissionalizar em 1989.
Graças ao Bocão
“Eu estreei no time profissional do Atlético com o Nilson Borges de treinador”, recorda ele. Mas Rink não estourou de imediato. Ele nem se lembra qual foi o seu primeiro jogo como profissional e tampouco o seu primeiro gol. Ele recorda que no início da carreira era mais emprestado que livro de biblioteca. “Em 1993, sem chance no time principal, eu fui emprestado para a Chapecoense”, diz ele. “Para pegar experiência”, completa. E a estratégia acabou dando certo. “A Chapecoense ganhou uma taça, não foi campeã estadual, mas eu fui artilheiro do campeonato ao lado do Jacaré, do Avaí”, conta ele.
Diretor
Depois de pendurar as chuteiras, Paulo Rink virou diretor de relações internacionais do Atlético. Ele contabiliza parcerias com as equipes americana do Dallas, da Geórgia e de Dubai, além de negociação de atletas.
Amizade
Paulo Rink e Oséas fizeram uma amizade que dura até hoje. “Na época, quando ele começou a ganhar dinheiro, eu dei conselhos para ele pegar e investir em imóveis, para aproveitar o momento. Hoje tem 14 apartamentos”.
Vereador
Paulo Rink concorreu nas eleições de 2012 para vereador, sendo eleito pelo PPS com 5.625 votos. Foi considerado um dos poucos jogadores candidatos bem sucedidos em todo o Brasil.