Lendas da Copa

Paranaense Patesko tornou-se ídolo eterno do Botafogo

Patesko jogou pelo Palestra Itália de Curitiba, pelo Força e Luz de Porto Alegre e pelo Nacional do Uruguai. Mas foi com a camisa do Botafogo Futebol Clube – que deu origem ao atual Botafogo de Futebol e Regatas – que virou uma grande estrela do futebol brasileiro da primeira metade do século passado. A estreia de Rodolpho Barteczko no Botafogo aconteceu no dia 9 de dezembro de 1934, assim que ele terminou a maratona de amistosos com a Seleção Brasileira, depois da Copa na Itália. No Botafogo ele virou ídolo, foi campeão carioca em 1935 e voltou a defender a Seleção Brasileira na Copa de 1938, na França, e em competições sul-americanas.

E esta história começa depois da Copa de 1934, quando Patesko foi vendido para o Botafogo que era o mais importante time da década no Rio. O ponteiro, considerado um dos maiores jogadores brasileiros em sua posição, era ofensivo, driblava bem e finalizava sempre com perigo. Ele se encaixou como luva no time alvinegro. O primeiro jogo com a camisa do Botafogo foi num amistoso em São Januário contra o Vasco da Gama. O Glorioso era campeão carioca e Vasco campeão da Liga Carioca. A partida terminou empatada em um gol – Carvalho Leite fez no primeiro tempo e Lamana empatou para os donos da casa no segundo tempo.

Patesko jogou pelo alvinegro de 1934 a 1943, num total de 237 partidas e assinalando 102 gols. Embora fosse ponteiro esquerdo, a partir de 1942 também atuou na ponta-direita. Em 1941, Patesko vestiu a camisa do Clube Atlético Mineiro disputando uma partida em Santa Luzia, Minas Gerais, contra o Santa Cruz local. O Atlético venceu por 3 a 2 e o ponteiro fez um dos gols da vitória. A última partida de Patesko com a camisa do Botafogo foi dia 4 de setembro de 1943, na derrota de 5 a 3 para o Fluminense, em Álvaro Chaves. Entre a estreia e a despedida, ele foi campeão na temporada em que participou de todas as 22 partidas, assinalando 6 gols – naquele ano o time foi tetracampeão.

Patesko também participou da primeira excursão internacional do Botafogo em 1936, ao México e Estados Unidos. O time carioca atuou em nove jogos, venceu seis, empatou um e perdeu dois: marcou 27 gols, dos quais 6 foram assinalados por Patesko, e sofreu 15. Foi na condição de jogador do Botafogo que foi convocado e participou da terceira Copa do Mundo, na França, em 1938, quando o Brasil ficou em terceiro lugar, apresentando bom futebol e surpreendendo os europeus. Nem era para o Brasil ir na competição que, pelo sistema de rodizio da Fifa, deveria ser realizada na América do Sul, provavelmente na Argentina.

Como ocorrera no mundial anterior na Itália, o Brasil ganhou a vaga de presente, porque os argentinos se retiraram da competição em represália contra a decisão de Jules Rimet, presidente da Fifa, de quebrar o rodizio. A Itália foi campeã do mundo e o jogo entre Brasil e Itália, vencido pelos italianos por 2 a 1, foi considerado a melhor partida da Copa. O Brasil atuou com a legendária formação de linha de frente composta por Romeu, Perácio, Leônidas, Tim e Patesko. Zezé Procópio, Patesko e Perácio, jogadores do Botafogo, foram titulares nas cinco partidas da Seleção Brasileira. Patesko também conhecido por Perigo Loiro disputou 34 partidas pela Seleção Brasileira, somando 20 vitórias, cinco empates e nove derrotas. Ele marcou 11 gols, entre jogos oficiais e amistosos.

Arquivo

Em ação

Patesko chuta contra o gol do Fluminense, defendido por Batatais, numa partida disputada no final dos anos 30.

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