Oberdan saiu cedo do Coritiba para o Santos. “No fim de meu primeiro ano no Coritiba, o Janguinho, que tinha um bom relacionamento com o pessoal do Santos, mandou uma carta dizendo que em Curitiba tinha um garoto muito bom. O pessoal do Santos me pediu para ir lá fazer testes. Eu fui sem avisar o pessoal do Coritiba. Eu fui tranquilo. Eu pensei, estou no Coritiba. Tenho minha noiva em Curitiba. Se for aprovado no Santos, tudo bem. Se não for, tudo bem, do mesmo jeito. Acho que por ir tranquilo, sem pressão, jogando aquilo que eu sabia, eu acabei indo bem nos testes. Fui o único aprovado no meio de 17 jogadores que estavam fazendo testes na Vila Belmiro”, conta o zagueiro.

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“Tudo isto aconteceu no final do ano. Então eu fui para um jogo teste contra o Vasco. Ganhamos de 4×1, com dois gols de Coutinho. Eu fui aprovado. O pessoal do Santos nem me deixou voltar para Curitiba. Me mandou fazer um terno com urgência, que tinha uma excursão para disputar um torneio em Nova York. Enquanto isso eles mandaram um diretor para Curitiba, para acertar a compra de meu passe. Pagaram naquela época 20 milhões ao Coritiba. Em fevereiro de 1965, eu estava excursionando pelo Santos. Eu joguei dezesseis partidas como titular no campeonato paulista de 1965. Depois de 1966, comecei a ser titular. E hoje eu sou o quarto jogador que mais atuou na zaga do Santos. O primeiro é o Élvio que jogou doze anos pelo Santos, depois o Formiga que jogou doze anos, em seguida o Mauro Ramos que jogou oito anos e o quarto, eu que joguei por dez anos”.

Emoção

“Jogar com o Pelé era uma coisa que não dá para descrever. Ele era o rei e a gente chamava ele de Rei. Às vezes a gente passava mal uma bola e ia pedir desculpa, mas era ele que pedia desculpa pra gente por não ter dominado a bola. Ele tinha uma humildade muito grande e uma preocupação em não magoar as pessoas com palavras”.

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“O Pelé me pediu para dar um depoimento para o filme que o Anibal Massaini Neto estava produzindo sobre ele. O filme ainda não tinha título. Foram poucos que foram convidados para dar depoimentos. E eu fui um deles. O pessoal da filmagem foi lá em Florianópolis e ficou quatro dias em casa filmando. A certa altura me perguntaram o que era Pelé, como eu definiria o Pelé e eu disse: Para mim, Pelé é eterno. Quando o filme ficou pronto houve uma apresentação em Santos com todos os jogadores que deram depoimentos. O Massaini foi lá na frente, antes de projetar o filme e disse algumas palavras. E quando ele foi falar sobre o título, ele disse apenas: Oberdan, obrigado! Foi aí que eu percebi que eu batizei o filme do Pelé. O Massaini pegou aquela frase de minha declaração porque achava que ela definia o que era o Pelé: e o Pelé é isso, Pelé é eterno”, diz Oberdan. O filme foi distribuído pela Universal Pictures do Brasil e pela United International Pictures, sendo lançado em 2004 nos cinemas brasileiros.