Nenhum clube paranaense, até aquele ano, foi tão longe no Campeonato Brasileiro como Londrina Esporte Clube de 1978. Vale dizer que a competição era do ano anterior. Na realidade, o alviceleste começou mal a competição em 1977, caindo para uma repescagem que tinha Vila Nova e Goiás. O time londrinense beirava a desclassificação e nas últimas rodadas precisava de quatro pontos para ficar vivo na competição – o campeonato começou no dia 15 de outubro e terminaria no dia 15 de março do ano seguinte. No primeiro jogo em Goiás, contra o Vila Nova, o Londrina ganhou por 1 a 0, gol de Xaxá, marcando pênalti sofrido por Everton. No segundo jogo contra o Goiás no Serra Dourada o time goianense sai na frente, mas o Londrina empata com Brandão, que fez o segundo. O Londrina estava vivo. A cidade fez festa até de madrugada na Avenida Higienópolis.

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Mas foi no Londrina que ele ganhou destaque nacional.

O Londrina caiu numa chave que tinha Santos Corinthians, Vasco da Gama, Flamengo e Caxias. Foi nesse ano que nasceu o Tubarão. “O resto do campeonato começou em 1978. Foi aí que começamos a estourar”, recorda. “Fomos passando por cima de um a um”, diz Garcia. O primeiro a cair foi Caxias, no dia 29 de janeiro, gols de Garcia e Brandão. O próximo da vez foi o Flamengo com Zico, Adílio e companhia. Zé Roberto marcou o único gol no Estádio do Café. No domingo, o Londrina passou sobre o Santos no Pacaembu com gols de Garcia e Nivaldo – vitória de 2 a 1. A torcida santista ficou tão revoltada que invadiu o campo e tentou bater nos jogadores, no técnico e na diretoria. O Tubarão que não tinha nada com isso, só comemorou.

O adversário seguinte seria o Corinthians, no Estádio do Café, no dia 15 de fevereiro. Neste dia Carlos Alberto Garcia fez aquele que considera o gol mais importante e o que lhe deu mais prazer na carreira: de cabeça, despachou o time que o maltratou e o abandonou. A vingança não é um prato frio – é um prato quente com a torcida vibrando e o adversário desesperado. “Depois deste gol eu fiquei alguns minutos em campo chorando de emoção, até que o Xaxá, aquele que depois jogou na Portuguesa, chegou perto de mim e deu a maior dura, para eu entrar no jogo de novo”, diz ele.

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No final da carreira, ele jogou com Dada Maravilha e Edu, em Manaus.

O mais difícil estaria por vir: enfrentar o Vasco da Gama em São Januário com estádio lotado e clima de guerra. O goleiro Paulo Rogério estava suspenso e ninguém sabia o que esperar do reserva Mauro. A cidade de Londrina foi à loucura e os dirigentes estavam ensandecidos. Carlos Antonio Franchello agita o ambiente. Resumo da ópera: o goleiro Mauro pegou tudo, Roberto Dinamite não sabia o que fazer e esqueceram que o Londrina também tinha ataque. Xaxá roubou a bola e serviu Brandão. 1 a 0. O Vasco foi para cima e Garcia escapou e fez o segundo. O Tubarão estava no quadrangular final do Campeonato Brasileiro de 1987.

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