O jornalista e pesquisador Levi Mulford (foto), hoje com 83 anos, tem um pedaço da vida vinculada ao Palestra Itália Futebol Clube. Em parte, porque o seu tio Pedro Pereira do Nascimento foi meia-direita, um dos grandes ídolos palestrinos nas décadas de 1920 e 1930 e depois presidente do clube no final dos anos 1940. “No começo, meu tio jogava no Coritiba, onde fez dupla de ataque com meu pai. A dupla era chamada de Canhoto (Pedro Pereira) e Canhotinho (Rodolfo Chrestensen). Depois, meu tio foi para o Palestra, onde foi campeão em 1932 e 1934”, diz Mulford.

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No Palestra, Canhoto foi duas vezes o artilheiro do Campeonato Paranaense da época. Quando encerrou a carreira no final dos anos 1930, Pedro Pereira virou árbitro e anos depois retornou ao Palestra Itália, desta vez como dirigente do clube. Além deste capítulo da história familiar vinculada ao clube, Levi Mulford começou a jogar futebol no clube, onde foi duas vezes campeão nas categorias de base, amador e aspirante. Na época, período da guerra, o Palestra chamava-se Clube Atlético Comercial.

A opção por jogar no Palestra foi pela proximidade do campo com a sua casa. “Eles treinavam no Parque Graciosa, que foi o campo do Coritiba dos anos 1910 ao começo dos anos 1930. Depois ficou com o Britânia, e de 1943 em diante o Palestra treinava lá”, diz Mulford. Ele jogou ao lado de Miltinho (Hamilton Guerra), que veio a ser um dos grandes ídolos do Coritiba nos anos 1950, depois de jogar em São Paulo, no Palmeiras. Mulford ficou dois anos no Palestra, jogou mais um ano no aspirante do Coritiba, migrou para o Cruzeiro de Morretes e sua carreira ficou restrita a passagens por times amadores.

Sobre o Palestra, ele diz que era um dos grandes de Curitiba até o início dos anos 40, quando Coritiba e Atlético começaram a dominar as atenções. “O grande clássico de Curitiba nos anos 1920 e 1930 não era o Atletiba, mas Britânia x Palestra, os times que mais se destacavam no período”, diz.

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