Hoje, Aladim é vereador e dono de padaria em Curitiba

Aladim recorda como se fosse hoje sua vinda para o Coritiba. “Cheguei a Curitiba no dia 20 fevereiro de 1973, emprestado pelo Corinthians. Tinha quatro diretores do Coritiba me esperando no aeroporto. Era terça-feira e no dia seguinte tinha jogo contra o Corinthians pelo Torneio do Povo. Eu não podia jogar porque era emprestado. No dia seguinte, o Coritiba ganhou por 1 x 0, gol de Oberdan. Entrei nos jogos seguintes do Torneio do Povo e no dia 14 de março, contra o Bahia, marquei o primeiro gol naquele empate em dois gols que deu o primeiro título nacional para o Coritiba. Foi uma festa. Eu até levei um susto, porque o Corinthians não deu muita importância para o título do Torneio do Povo e aqui houve uma grande festa. De qualquer forma, era bicampeão do Torneio do Povo”, diz Aladim.

Aladim foi campeão estadual em 1973 pelo Coritiba. Terminado o empréstimo do jogador, o técnico Yustrich, do Corinthians, quis Aladim de volta. Ele não voltou ao Parque São Jorge porque o Coritiba decidiu comprar o passe do ponta esquerda pelo preço fixado no contrato de empréstimo. Aladim estava mais uma vez valorizado. “Acontece que quando o emprestamos ele estava em má fase e prometemos ao Coritiba negociá-lo no final”, explicou o diretor de futebol Isidoro Mateus. O jogador, que foi comprado junto ao Bangu por 600 mil cruzeiros, foi vendido para o Coritiba por 300 mil cruzeiros, mais o passe de Pescuma para o Corinthians.

Aladim se encaixou como uma luva na ponta esquerda do Coritiba. Nos anos seguintes, foi colecionando títulos estaduais: ganhou em 1973 e levou ainda os de 1974, 1975, 1976 e 1979. Em 1978, foi emprestado ao Atlético Paranaense e quase foi campeão pelo rival do Coxa. A perda daquele título de 1978, aliás, é uma das mais choradas na Baixada. O Atlético jogava por uma vitória simples para levar o caneco. O técnico Diede Lameiro deixou Aladim no banco nas três partidas decisivas. “Disseram que eu não podia jogar porque era do Coritiba. Mas se eu não podia jogar, por que eu estava no banco de reservas? Não faz sentido. Além disso, o técnico escalou Dreyer, que tinha ido para o Atlético junto comigo e o Zé Roberto”, diz.

Aladim recorda que teve um lance claro de pênalti do goleiro Manga em Lula, mas o árbitro Eraldo Palmerini deixou passar batido. Ali, ele percebeu que o Atlético conquistar o título seria complicado. “Até hoje eu não sei por que eu não joguei. Estou aqui (em Curitiba) há 41 anos. Não sei por que não joguei aquelas partidas”, diz. Mistérios do futebol. O certo é que o Coxa levou um título que parecia improvável e o Atlético perdeu um título que estava quase no papo. No ano seguinte, voltou para o Coritiba e foi campeão estadual novamente, com um ataque no qual despontavam ele, Bráulio e Santos – um arranjo vencedor feito pelo técnico Ênio Andrade.