Histórias de craque

Confira algumas boas histórias de Nilson Borges

Nilson Borges ficou na Portuguesa sete anos. No período ele foi um dos maiores ponta esquerda do futebol brasileiro. “Eu só não fui para a seleção porque naquele tempo o Brasil tinha Pepe, Zagalo e Canhoteiro. E eu acho que o melhor de todos era o Pepe, mas eu aprendi muito olhando o Canhoteiro. Zagalo se deu bem porque sempre foi muito político. O Pepe era melhor que ele”, diz Nilson Borges. Mas sorte mesmo teve o seu colega de time, Jair da Rosa: foi convocado para a Copa do Mundo no Chile, em 1962. Não jogou, porque o titular era Garrincha que, como diz a lenda, ganhou a copa quase sozinho para o Brasil. Na Portuguesa, Nilson Borges teve uma longa e produtiva primeira fase em sua carreira. “Não sei quantas partidas eu fiz e nem quantos gols eu marquei. Naquele tempo a gente não ficava anotando estas coisas”, disse ele. E muitas partidas memoráveis.

Salva-vidas

O time da Portuguesa voltava cabisbaixo de Bauru na noite de 11 de dezembro de 1960, depois de perder para o Noroeste e praticamente dar adeus ao título, porque o campeonato estava no final e o Santos passaria o time do Canindé. Quando a delegação se aproximava da capital paulista, em Sorocaba, uma Kombi caiu dentro do Rio Sorocaba. “Alguém viu aquilo e mostrou para gente. O meu pai estava com a gente. Então eu, meu pai e o Félix resolvemos pular no rio para salvar as pessoas, porque elas iam morrer afogadas. Entre as pessoas retiradas estavam uma mulher grávida, o marido dela, a irmã dele e um garoto. Até a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou um diploma de agradecimento por isto. Eu tenho em casa até hoje”, conta Nilson Borges.

Reencontro

Nilson Borges reencontrou os seus dois amigos que emprestaram dinheiro para ele escapar do empresário pilantra em Portugal. “Eu voltei a encontrar o Alberto e o Pelezinho em São Paulo”, conta o ponteiro-esquerdo.

Vingança

“Eu tenho bronca com o Aymoré Moreira. Ele foi contratado para treinar a Portuguesa e em 1964 levou dois jogadores que eram do Flamengo: Dida e o Henrique Frade. E ele queria colocar os dois para jogar. E para colocar, ele tinha que me tirar. Eu tive uma luxação no pé. O Aymoré pediu para o médico dizer que era sério e me colocar uma bota de gesso. Quem me contou foi o médico. Aí o Aymoré para colocar os dois jogadores que ele trouxe, teve que colocar o Ivair, que era centroavante, na ponta, onde eu jogava, para colocar o Henrique Frade no lugar do Ivair. Mas eu me vinguei dele no dia 20 de outubro de 1968, quando ele comandava o Corinthians e veio jogar contra o Atlético. Nós metemos 4×0 neles. Para mim, foi uma bela vingança”.

Na pancada

No clássico entre Atlético e Ferroviário no dia 15 de abril de 1970, Nilson Borges foi violentamente atingido por Gibi, do Boca Negra. Além de pancada na perna, o atacante arrebentou a omoplata. Apesar de a contusão ser séria, ele acabou tratado pelo departamento médico do clube e em quinze dias estava de volta aos gramados. E foi peça decisiva na campanha do título. Tanto que na partida decisiva contra o Seleto, fez o primeiro gol e deu uma assistência.

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