Colorado foi o clube em que Buião mais jogou

Se Buião foi ídolo no Atlético-MG, e quando criança era flamenguista roxo, o Atlético apareceu na sua vida para juntar as cores de um e o nome de outro. “Em 1972, o Atlético procurou formar um grande time. Contratou Picasso, Cláudio, Sérgio Lopes, Júlio e Wilson para se juntar a um elenco em que Sicupira já se destacava. Chegamos ao vice-campeonato. Assim que cheguei, gostei de Curitiba. Casei na cidade e tive dois filhos paranaenses. Mas passei momentos em que fiquei muito assustado. Foi logo na minha estreia com a camisa do Atlético, em União da Vitória”, relembra Buião. No jogo contra o Iguaçu, Buião foi apedrejado e ficou com o olho direito machucado. Além dele, o motorista também recebeu ferimentos no braço direito.

Depois de o Campeonato Paranaense de 1972 chegar ao fim, Buião foi emprestado para o Grêmio de Porto Alegre. “Na época, o campeão do Estado era o único representante no Campeonato Brasileiro. Como o Atlético ficou sem calendário, fui emprestado. Em 1973, voltei para o Atlético e neste ano fui artilheiro do Campeonato Paranaense, juntamente com Zé Roberto, do Coritiba, com 16 gols. Foi uma passagem muito feliz pelo Rubro-Negro. Fiquei até 1976, quando então eu fui para o Colorado”, diz.

O Colorado seria o clube em que Buião ficaria por mais tempo e também aquele em que encerraria a carreira, em 1982. Foi também aquele em que sentiu o gostinho de ser campeão. Sabor que não foi maior, porque o título de 1980, por canetada do presidente da Federação Paranaense de Futebol, acabou dividido ao meio com o Cascavel. Mas o Colorado da época era um time forte. “O Colorado teve grandes jogadores, como Edu, irmão do Zico; Zequinha, Marinho, Tião Abatiá, Bira, Levi Culpi, Joel Mendes, Gassen, Ary Marques, Dito Cola e muitos outros”, recorda. Buião não entra em detalhes, mas diz que “no Paraná acontecia cada fato diferente”. Um deles ocorreu num jogo do Colorado contra o Toledo. O jogador adversário ia encobrir o goleiro Joel Mendes do Colorado, quando o preparador físico Matter saiu de trás do gol e tirou a bola. “Ele ainda saiu comemorando e correndo para o vestiário”, relembra Buião. No Tricolor da Vila, Buião repetiu a dupla de ataque do Corinthians: ele na direita e Aladim na esquerda.

Do longo período na Vila Capanema, Buião recorda dois jogos em especial. “Um foi aquele em que ganhamos de 4 x 0 do Flamengo em Curitiba, mas perdemos no Rio de Janeiro por 2 x 1. O Flamengo tinha Zico, Júnior, Carpergiani, Nunes, Mazinho, Raul, Mozer e Adílio, entre outros. Então foi uma vitória maiúscula a nossa. O outro jogo com a camisa do Colorado, que me marcou muito, mas no sentido amargo, foi contra o Atlético, na Baixada. Foi aquele famoso jogo em que estávamos ganhando de 4 x 0 e o Ziquita acabou empatando tudo ao marcar quatro gols. O gol mais memorável que eu marquei com a camisa do Colorado foi numa partida contra o Coritiba, que tinha o Manga no gol – o melhor goleiro do Brasil – e ganhamos de 2 x 0”, recorda.