A trajetória no futebol de Ary Rocha Marques, que nasceu em Piraju-SP no dia 1.º de abril de 1955, começou em sua cidade natal, onde ele jogava bola com os amigos de infância num time chamado Dom Bosco. Ele foi jogando, o tempo passando, até o dia em que, já adolescente, foi observado por um jogador profissional, que tinha atuando na cidade e que estava no Colorado, de Curitiba. “Quem me trouxe para Curitiba foi o meia-direita Nenê. Ele nasceu em Bauru, mas foi morar em Piraju, onde passou a jogar pelo time profissional da cidade. O Nenê casou com uma moça de Piraju e foi direto para o São Paulo. De lá, veio para o Colorado”, conta.
Mas Nenê não perdeu as ligações com Piraju, até por conta da mulher, cujos familiares residiam na cidade. Nas férias, seu destino era o interior paulista. Numa destas viagens, os destinos dele e de Ary Marques se cruzaram. “Ele me trouxe para morar no alojamento da Vila Capanema, que ficava embaixo do relógio. Morei cinco anos ali e sai em 1980, quando comprei um apartamento no Água Verde – bairro de Curitiba”, afirma. Aos poucos, o jogador do time juvenil foi ganhando espaço no time principal do Colorado, enquanto sua vida pessoal foi tomando forma. Casou em 1982 com Vera, uma estudante do curso de Educação Física da Universidade Federal do Paraná, que Ary também frequentava. “Nós tivemos dois filhos. O Felipe, que é engenheiro e hoje mora em Brasília, e a Letícia, bióloga, que trabalha em Curitiba”, diz.
Revelador de talentos
Arquivo Pessoal |
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Ary Marques cultiva até hoje a paixão por motocicletas. |
Depois que o Colorado fez fusão com o Pinheiro, dando origem ao Paraná Clube, Ary Marques passou a treinar as categorias de base do novo Tricolor. Aproveitando o que aprendeu com Armando Renganeschi, Geraldo Damasceno, Rubens Minelli e Otacílio Gonçalves, ele ajudou a forjar alguns das principais revelações da história do Paraná Clube, como Lúcio Flávio, Paulo Miranda, Milton do Ó, Ilan, Ricardinho, João Vítor, Ageu, Edinelson e Tiago Neves. “Fui técnico das categorias de bases de 1990 a 2005, quando então terceirizaram a base do Paraná Clube, com a vinda dos investidores. A coisa ficou do jeito que está aí. Mas a minha carreira de técnico me deixou feliz. Costumo dizer que ganhei como técnico os títulos que não ganhei como jogador profissional. Fui o primeiro campeão da história do Paraná Clube. No sub-20, em cima do Matsubara, em Cambará”, recorda.
Ary Marques conquistou oito títulos pela base do Paraná Clube. Encerrado o ciclo, foi treinar o Urano, no futebol amador. “Em dois anos, 2008 e 2009, ganhamos dois títulos da suburbana, o primeiro invicto. Ganhamos uma Taça Paraná, invicto em 2009, e fomos vice em 2008”, afirma.
Coleção de títulos no Mato Grosso
Depois de deixar o Urano, Ary Marques foi para Cuiabá, para dirigir o time que leva o mesmo nome. Ele chegou em janeiro de 2010. “Naquele ano, ficamos em quarto no campeonato e no segundo semestre levamos invicto a Copa Governador, que garante vaga na Copa do Brasil. No ano seguinte, fomos campeões do Estado e eliminados pelo Ceará na Copa do Brasil. Em compensação, subimos da Série D para a Série C, no Campeonato Brasileiro”, orgulha-se.
Hoje o Cuiabá rivaliza com o Luverdense as conquistas do futebol de Mato Grosso. “Em 2012, fomos vice-campeões estaduais. Perdemos nos pênaltis para o Luverdense. Em 2013, fomos campeões do Estado em cima do Mixto. Na Série C, terminamos o primeiro turno em segundo lugar, quando eu deixei a equipe. Estou com 58 anos, fiquei quatro anos no Mato Grosso e estava com saudade da família. Por isso, voltei para Curitiba&rdq,uo;, completa.