Antes de se consagrar no Coritiba, Nilo brilhou pelo Atlético

Nilo não considera apenas a sua ligação com o Coxa, embora pelo clube do Alto da Glória tenha feito mais de 300 partidas. Aqueles jogos com a camisa do Atlético Paranaense pelo Robertão de 1968 não saem da memória. “Fiz muitos amigos no Atlético Paranaense. O time não disputou o título do Robertão daquele ano por pouco”, diz ele. “Eu me lembro do time até hoje: Célio; Djalma Santos, Bellini, Charrão e Nilo; Nair, Paulista, Dorval (Gildo); Madureira, Zé Roberto, Zequinha, Nilson Borges. Tinha ainda o Del Vecchio no banco. Um timaço”. Nilo jogou todas as partidas da competição pelo rubro-negro, durante cinco meses. Ele também se lembra do memorável 4 a 0 contra o Corinthians em Vila Capanema no dia 20 de outubro de 1968, um domingo, pela 8a rodada do Grupo A. Nem poderia ser diferente, um dos gols foi marcado por ele, o segundo da partida. “O Ditão cabeceou, eu matei no peito, levei na coxa eu acertei na veia e meti a bola no ângulo”, diz ele.

Um gol num torneio como aquele e ainda mais contra um time como o Corinthians não é coisa para ser esquecida. Principalmente, porque defensores daqueles tempos não tinham o hábito de ir ao ataque. “Eu não fiz muitos gols. Fazer gols não era o meu forte. Mas em compensação, o que eu tirei de gol embaixo da trave, perdi a conta. Do tempo do Jairo no gol então nem se fala. Quando o Jairo foi para o Corinthians, o pessoal dizia que tinha de me levar junto para garantir lá atrás”, diz ele. Se o Jairo foi para o Corinthians, Nilo, principalmente depois daquele ano de 1968, quase foi para o Palmeiras, o rival do time de Parque São Jorge. “Um empresário, o Rivadavia Sória, queria me levar para o Palmeiras. Ele disse: o pessoal do Palmeiras precisa de um lateral esquerdo e eu vou te levar”, diz Nilo.

Mas era a velha história. Ele estava se acostumando com Curitiba, com o Coritiba e não queria mudar de novo. “Então eu disse, leva o Zeca. Ele é bom. O Rivadavia olhou o Zeca e disse: boa idéia, eu vou levar o Zeca. Ele levou e o Zeca que ficou dez anos no Palmeiras”, diz ele. E não se arrepende disso, porque “no final foi tudo muito gratificante, não só os oito anos que joguei no Coxa, quanto aquela experiência maravilhosa que foi jogar pelo Atlético Paranaense no Roberto Gomes Pedrosa”, diz ele. Mas ser cobiçado por grandes clubes não era novidade para o lateral. Quando estava no São José, em Porto Alegre, o Santos e o Grêmio foram atrás dele. O São José não vendia, nem emprestava. Por isso ele resolveu parar com o futebol e foi ser bancário. Sorte do Coritiba, que foi atrás dele e finalmente o São José não colocou obstáculos.