Ado, a fera

Ado deixou o time do Londrina para ser Tri mundial em 70

No dia 1 de junho de 1969, uma tarde de domingo, o técnico da Seleção Brasileira, João Saldanha, foi ao estádio Belfort Duarte observar o goleiro do Coritiba, de quem falavam bem no eixo Rio-São Paulo. Joel Mendes era bom, mas Saldanha se impressionou com o goleiro adversário: Ado. “O Saldanha foi ver o goleiro Joel Mendes, do Coritiba. E neste dia estavam jogando Londrina e Coritiba. Ele estava observando jogadores. Eu me sobressaí muito neste jogo e ele disse: poxa, este alemão joga fora do gol, sai bem, é grande. Ele gostava de jogador parrudo lá atrás na defesa”, conta Ado. Este primeiro contato poderia não passar disso. Mas quase em seguida Ado foi vendido para o Corinthians para a reserva de Lula.

“Num jogo entre Corinthians e Fluminense, Saldanha foi observar Rivelino, Zé Maria, o pessoal todo que estava numa forma muito boa. E, naquele dia, eu peguei tudo”, diz ele. Este jogo foi no dia 1 de novembro de 1969 no Pacaembu. “Saldanha disse: este cara está convocado. E no mesmo dia no vestiário, no terceiro ou quarto jogo meu no Corinthians, ele mandou o Cláudio Coutinho me avisar que era para eu me cuidar, porque eu estava convocado. Eu fiquei muito contente, mas eu não acreditei muito”, relatou Ado. Se precisava mais um golpe de sorte na vida do jovem goleiro de 23 anos, ele aconteceu.

“Aí nós fomos para um torneio no Chile em que estava o Estrela Vermelha da Rússia, estava Nacional de Montevidéu, estava Peñarol, estava o Corinthians, estavam mais uns dois times e eu me sobressai e fui o melhor goleiro desta competição”, conta Ado. O resultado deste terceiro desempenho foi ratificar a convocação. “O (Cláudio) Coutinho esteve lá no dia e ele me disse: você realmente está convocado. Você tem que se apresentar na seleção no dia 1º de janeiro de 1970. A ficha demorou um pouco para cair porque ninguém imagina como foi uma ascensão tão rápida quanto a minha”, diz ele. Mas foi assim que Eduardo Roberto Stinghen se transformou em pouco menos de seis meses de goleiro do Londrina em goleiro da Seleção Brasileira.

Foi uma ascensão meteórica. Ado disparou do Vitorino Gonçalves Dias para o Pacaembu, Maracanã e o estádio Azteca no México.

Arquivo

Pé Vermelho

O goleiro Ado entre Joel e Gerson naquele timaço dos anos 70. Catarinense criado em Londrina impressionou o técnico João Saldanha e foi convocado.

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