Buscando melhorar a qualidade de vida e evitar lesões relacionadas ao trabalho, muitas empresas disponibilizam aos seus funcionários aulas de ginástica laboral. Realizada antes, durante ou logo após o expediente, a atividade prepara o trabalhador para sua jornada diária, utilizando como base movimentos que alongam, aquecem ou fazem a descompressão muscular. São séries de exercícios que, se feitas com frequência, podem prevenir várias síndromes e doenças ocupacionais como aquelas provocadas por movimentos repetitivos.
De acordo com o fisioterapeuta Rodrigo Azevedo de Oliveira, da empresa SEFIT – Serviços Especializados de Fisioterapia do Trabalho, a atividade é muito benéfica aos trabalhadores. “Com os exercícios de ginástica laboral aplicados pelos fisioterapeutas, os funcionários de uma indústria ou de setores administrativos de uma empresa conseguem alongar e aquecer os grupos musculares e as articulações mais utilizadas durante o trabalho que desempenham”, afirma. Ele destaca que, desta forma, é possível aliviar as tensões, estimular a prática de atividade física, melhorar a postura, a motivação, além de evitar lesões em tendões, músculos, nervos e ligamentos, como LER (Lesões por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).
| Felipe Rosa |
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| Ginástica laboral garante bem-estar aos trabalhadores com pausa rápida durante o expediente. |
Para montar as aulas, os professores utilizam informações que recebem da empresa e dos funcionários. Assim, todos os movimentos são realizados com foco nas áreas mais atingidas pela repetição ou pelo esforço utilizado durante o trabalho. As regiões do corpo com mais casos de dores e lesões se alteram de acordo com o trabalho realizado. Nas linhas de produção das indústrias, por exemplo, os problemas costumam ser frequentes nos ombros, pescoço, pernas. Já em serviços administrativos, as queixas se concentram na região das mãos e punhos. “A laboral atua exatamente neste sentido, diminuindo as queixas de dores osteomusculares, os casos de atestado, afastamento e até descontraindo os trabalhadores” afirma Oliveira.
Apesar de tantas vantagens, a ginástica laboral não é obrigatória, mas sim uma prática de empresas preocupadas com a saúde de seus colaboradores e com os impactos que um quadro de trabalhadores saudável traz aos negócios. A gestora de recursos humanos da indústria Bimara (que atua na fabricação de produtos plásticos), Maria da Conceição, comprova a eficácia da atividade. “Com as aulas de ginástica laboral diminuíram as queixas de dores, os funcionários passaram a ter momentos de descontração e os novos colaboradores se integram com maior facilidade”, afirma.
| Felipe Rosa |
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| Para as empresas, o benefício da ginástica laboral é a diminuição de acidentes, faltas e afastamentos, além do aumento da produtividade. |
A indústria adotou a prática de ginástica laboral há dez anos e, além dos exercícios, fisioterapeutas tiram dúvidas e fazem um monitoramento em relação a problemas de saúde que os funcionários possam apresentar. “Para a empresa, além da melhoria na qualidade de vida dos colaboradores, os benefícios são a diminuição de acidentes, faltas, afastamentos, rotatividade e o aumento da produtividade da equi,pe”, garante Maria.
Atividade garante saúde aos trabalhadores
Vilma Macena Mendonça, 29, atua há nove meses como auxiliar de produção na Bimara e conta que desde seu primeiro dia na empresa não deixou de comparecer a uma única aula de ginástica laboral. “As aulas são interessantes e ajudam a aliviar os músculos, principalmente dos braços, mãos e ombros, que são os que eu mais utilizo. Acredito que a ginástica realmente previne as lesões. Nunca tinha desempenhado esta função e apesar de já estar há quase um ano na linha de produção, nunca tive nenhuma dor, problema de saúde ou precisei faltar apresentando um atestado médico”, conta.
| Felipe Rosa |
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| Para as empresas, o benefício da ginástica laboral é a diminuição de acidentes, faltas e afastamentos, além do aumento da produtividade. |
E o bem estar de Vilma é garantido pelas aulas da professora de ginástica laboral, a fisioterapeuta Daniela da Silva. “Procuro ouvir bastante quais são as queixas e necessidades dos trabalhadores, assim consigo fazer uma aula estimulante e direcionada. Para os grupos que trabalham sentados, foco no aquecimento e nos exercícios de força. Para quem fica mais tempo em pé, passo exercícios de alongamento, para aliviar as tensões. Em uma mesma aula é possível trabalhar o corpo todo, dando destaque a alguns pontos e preparando o funcionário de modo integral para suas atividades”, explica.
