No dia 30 de maio deste ano, os paranaenses Luís Ohde e Felipe Santos terminaram respectivamente em primeiro e segundo lugares no Iroman Brasil, na categoria amador, disputado em Florianópolis. A competição catarinense endurance de triatlo é o maior evento do gênero no País. Ela teve início há muitos anos em Porto Seguro na Bahia e depois se transferiu para a capital do vizinho estado, onde completou 15 anos nesta temporada, numa mostra do crescente vigor e interesse pelo esporte em nosso país. Na realidade, o interesse reflete o crescimento no mundo inteiro. O ganhador Ohde é um talento emergente do triatlo paranaense, treinado por Guilherme Manocchio, vencedor em 2014 e que foi treinado por Luís Catapretta Filho.

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Catapretta foi um dos primeiros talentos do triatlo brasileiro e por sua vez treinado por Homero Cachel, que é um pioneiro deste esporte no Brasil. Ele se interessou pela modalidade no longínquo ano de 1983. Este curitibano começou na realidade como ciclista e quando apareceu o triatlo no cenário internacional ele se entusiasmou e mergulhou em livros estrangeiros e revistas para saber como a coisa funcionava. “Naquele tempo não havia nada sobre o assunto. Ninguém conhecia, não tinha livros por aqui, não sabia regras, não tinha internet para pesquisar e por isso fui atrás, no exterior, para me informar. E foi assim que passei a disseminar este conhecimento por aqui”, diz ele. E foi nas pegadas deixadas por ele que o esporte cresceu.

O triatlo fez Cachel migrar do ciclismo e o transformou em expert no assunto quando poucos sabiam sobre ele. E para se transformar em treinador de atletas foi um passo. “Até hoje as pessoas me ligam dizendo que vão vir a Curitiba para treinar comigo”, diz ele. O técnico perdeu a conta de quantas vezes foi ao exterior acompanhar provas. Ele é um dos responsáveis por transformar o Paraná em celeiro de atletas para o triatlo nacional. “O Paraná tem tradição de formar grandes talentos para o cenário nacional, mais no masculino que no feminino, embora no feminino também tivéssemos destaque. E tudo começou com o paranaense Luís Catapretta Filho, o primeiro destaque nacional, campeão da elite em 1996”, diz Cachel. Os talentos não pararam de surgir: Juraci Moreira Junior participou de três Olimpíadas. E outros aparecem: o jovem Eduardo Lass está em busca de vaga para os próximos Jogos Olímpicos. Atualmente a Seleção Paranaense conta com seis atletas: Kaomi Kosinski, além de Vitor Cardoso, Eduardo Lan, Luís Ohde, Flávio Sartori e Felipe Santos. Cachel está otimista e prevê dias ainda melhores. 

Dois tipos de triatlo

Endurance – Iroman, competição longa que exige maior resistência. A prova mais longa prevê 140,6 milhas e duração de 8 horas para os primeiros colocados, com tempo médio de 13 horas. A versão mais curta, também chamada de meia Iroman, prevê 70,3 milhas, com duração mínima de 3h45.

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Triatlo Olímpico – prova curta que exige maior capacidade de explosão do atleta. Por ser curta, cativa mais o público que pode acompanhá-la do começo ao fim. Ela prevê 1.500 metros para a natação, 40 quilômetros para o ciclismo e 10 quilômetros para a corrida. 

Democrático e popular

O atleta Juraci Moreira Junior, de Curitiba, esteve em três edições das Olimpíadas: Sidney, Atenas e Pequim. “O triatlo é um esporte democrático e muito apreciado nas Olimpíadas porque, assim como a maratona, interage com a população, pode ser visto por todo mundo e além de não cobrar ingresso, usa a cidade como cenário”, diz Cachel que participou como técnico do Brasil na Olimpíada de Sidney.

Em Curitiba

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Os locais de treino para os atletas de triatlo em Curitiba são os mais variados. Para corrida, o local mais procurado é a pi,sta do tradicional Parque Barigui. Para o ciclismo, o lugar mais seguro e preferido é a pista do Complexo Airton Senna, na fábrica Renault, que possui extensão de 7 quilômetros. E para natação, a cidade oferece ampla rede de academias com piscinas.