Passamos boa parte dos nossos dias, aliás, de nossas vidas, trabalhando. No Brasil, a maioria dos profissionais trabalha pelo menos oito horas diárias ou 44 horas semanais, como determina a legislação trabalhista vigente. Seja na indústria, comércio ou outro segmento, neste período, o trabalhador fica submetido a uma rotina intensa, que pode ser estressante, cheia de metas e prazos para serem cumpridos, competitividade entre os colegas e concorrentes, necessidade de suprir as expectativas do chefe e os clientes, entre outros desafios.
Para continuar dando conta do recado, sem desanimar ou reduzir o padrão de produtividade, é necessário que os profissionais estejam inseridos em um ambiente saudável. Afinal, quem não gosta de trabalhar em um local tranquilo e agradável? Mas como cada profissional pode contribuir com a formação ou manutenção de um bom clima organizacional? Como atuar para fazer de seu trabalho lugar melhor?
De acordo com a coach e diretora da Cannoh Desenvolvimento Humano Karina Reis, quando o assunto é tornar o ambiente de trabalho mais prazeroso, a primeira atitude deve ser buscar manter uma boa relação com as demais pessoas que trabalham e convivem com você. “Para manter um bom relacionamento com os colegas de trabalho, é preciso ter a consciência de que todos nós precisamos um dos outros e que somos diferentes. Desta forma, em vez de buscarmos no outro apenas afinidades ou diferenças, podemos encontrar complementariedades. Isso significa dizer que o outro, com suas habilidades, terá algo a acrescentar para o objetivo proposto na organização”.
Para ela, também é preciso estar ciente do papel que cada um possui na empresa. “Cada colaborador tem seu papel e a soma das funções de cada um levará à execução de atividades, que resultará no objetivo geral da empresa, e esse deverá ser o foco da ação, do comportamento e da aceitação das adversidades”.
Mas não é só o colaborador que deve agir. Karina explica que a empresa também tem um sua responsabilidade nesta busca pela harmonia. “A cultura interna influencia diretamente no comportamento, na ação e reação de cada colaborador. Costumo dizer que mudanças ocorrem de cima para baixo, assim como a identidade corporativa deve vir de cima. A base dessa harmonia começa na definição da identidade corporativa da empresa, passa pelo comportamento do fundador, pela estrutura de base e continua na definição e método de contratação de colaboradores. Por meio de uma pesquisa interna, é possível mensurar o clima organizacional e, a partir disso, criar novas estratégias de alavancagem de boas relações entre os colaboradores”.
Segundo a coach, entre as atitudes consideradas prejudiciais, que comprometem o clima entre as pessoas no trabalho está a insegurança. “O medo de perder aquela promoção e a ausência da consciência coletiva levam aos principais atritos nas relações corporativas. Feedbacks individuais são uma boa pedida para elevar autoestima e silenciar novos conflitos”, diz Karina.
Comprometimento, confiança e respeito
Para a coordenadora de Recursos Humanos da Universidade Positivo (UP), Silvia Cristina Staron, as dificuldades de relacionamento interpessoal também são um risco. “O profissional que tem dificuldades de se relacionar e trabalhar em equipe, por mais competente que seja, não terá êxito no mundo corporativo. Dependemos uns dos outros, pois os resultados são a soma de um conjunto de ações de profissionais que trabalham interligados”.
Para ela, um bom ambiente de trabalho é formado por pessoas que gostam do que fazem e que possuem outras características, como liberdade de atuação, espírito de equipe e cumplicidade com os colegas de trabalho. “Passamos a maior parte do nosso dia dentro da empresa, então, temos que ter a liberdade de conversar, rir, ter momentos de descontraçã,;o, conciliando com as atividades e as metas que precisamos atingir”, observa Silvia.
O psicólogo Raphael di Lascio explica que o ambiente de trabalho é moldado pela forma como as pessoas tratam seus colega de trabalho. Segundo ele, para que o ambiente seja agradável, é preciso que exista confiança, respeito, colaboração, competitividade saudável e uma boa gestão da equipe. “Precisamos lembrar que todos nós estamos sujeitos a ter alterações de humor e a passar por problemas profissionais e pessoais. Mas isto não permite e não nos autoriza a descontar nossa tristeza ou frustração em nossos colegas”.
