Quem nunca ouviu falar nas lesões por esforços repetitivos (LER) ou nos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). Estes distúrbios são conceituados como um conjunto de síndromes que atacam os nervos, músculos e tendões, especialmente dos membros superiores e do pescoço. São síndromes degenerativas e cumulativas e sempre acompanhadas de dor ou incômodo, provenientes não somente da atividade ocupacional intensiva, mas também de atividades realizadas sob intenso stress. O termo LER é utilizado para denominar uma síndrome da atividade ocupacional excessiva, que abrange uma gama de condições caracterizadas por desconforto ou dor persistente nos músculos, tendões, etc. Entretanto, sabidamente nem todas as patologias estão relacionadas aos movimentos repetitivos, pois existem outros fatores biomecânicos causais – como esforço físico proveniente de levantamento constante de peso -, além dos fatores psicofísicos e sociológicos, que atuam sobre o problema. ?Infelizmente, o termo passou a ser utilizado de forma indistinta como nome de uma doença, porém, este é simplesmente uma denominação de um mecanismo de lesão e não pode ser utilizado como um diagnóstico?, explica a especialista em ergonomia Maria Aparecida Frediani Rocha.

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Síndromes reversíveis

Por tais razões, estudiosos recomendaram que este termo fosse abandonado e se passasse a usar o termo DORT – distúrbios osteosmusculares relacionados ao trabalho, pois numa primeira fase ocorrem os distúrbios, com sintomas como fadiga, peso e dor nos membros e somente depois aparecem as lesões. Em geral, qualquer trabalhador pode estar sujeito a sofrer desse distúrbio. Em geral, quem sofre muita pressão psicológica no trabalho está predisposto ao desconforto ou dor persistente nos músculos, tendões e outras partes do corpo. ?Com tratamento adequado, muitas das condições da síndrome são reversíveis?, comenta a especialista.

Não existe uma determinação específica para cada empresa, assim, cada tipo de trabalho merece a análise de um especialista em segurança para ser adequado às funções exercidas. É importante, ainda, lembrar que não basta proporcionar um ambiente perfeito ao colaborador para estar livre de qualquer embaraço. É necessário que a empresa disponha de uma produção de documentos legais para preservar sua condição de diligente. ?Negligência, imperícia ou imprudência da empresa têm sido fatores agravantes nos acidentes ou doenças do trabalho?, finaliza Maria Aparecida Rocha.

Como melhorar o posto de trabalho

A ergonomia é a ciência que visa a adaptar as condições de trabalho às características do trabalhador. As posturas inadequadas, que advém de um posto de trabalho mal dimensionado, ou que não se ajuste às variações antropométricas de cada indivíduo, e os movimentos repetitivos são alguns dos fatores que mais predispõem o aparecimento das LER/DORT.

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Um exemplo: num posto de trabalho com computador, devem ser observados os seguintes aspectos:

CADEIRA

>> A altura ideal deve ser de 48 a 58cm

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>> O encosto deve estar a 110° do assento

>> Possuir apoio para a região lombar e dorsal

>> Os pés do trabalhador devem ter contato completo com o chão ou apoiados em suporte específico

>> As coxas do trabalhador permaneçam paralelas ao piso

>> O trabalhador deve estar próximo da superfície de trabalho

>> Os braços do trabalhador devem ficar apoiados

MONITOR

>> A altura ideal da 1ª linha escrita deve ser de 155 cm

>> A tela deve estar ao nível do horizonte ou levemente abaixo

>> O trabalhador deve localizar-se frontalmente

>> A iluminação deve ser adequada

>> Usar filtro no caso de brilho excessivo

>> O trabalhador deve estar a 60 cm.

TECLADO E MOUSE

>> A altura ideal deve ser de 110 cm

>> Devem localizar-se próximos e na frente do trabalhador

>> Os cotovelos do trabalhador devem permanecer em ângulo de 90°

>> Os punhos do trabalhador devem ficar retos.

Fonte: Vendrame Consultores Associados