A fome é a mais tenebrosa das carências e, apesar de todo avanço científico e tecnológico acumulado pela humanidade, ainda afeta mais de 800 milhões de pessoas no mundo. Os especialistas chamam esta carência de “insegurança alimentar”. Isto ocorre apesar de na Cúpula Mundial de Alimentação, em 1996, ter sido produzido um documento afirmando que “todos têm direito ao acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, com base em práticas alimentares saudáveis e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais e nem o sistema alimentar futuro”. Em busca de soluções para esta carência que alcança uma grande parte da população brasileira, as universidades de Campinas (Unicamp), de Brasília (UnB), de Connectitut, nos Estados Unidos, a Federal da Paraíba (UFPB) e o Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) desenvolveram um projeto que mede a insegurança alimentar das famílias no Brasil. Muriel Bauermann Gubert, nutricionista e pesquisadora do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da UnB, explica que esse projeto foi executado há alguns anos nos Estados Unidos pela pesquisadora Radimer na Universidade de Cornell. “Ela fez uma pesquisa quantitativa, ouviu pessoas sobre o que elas achavam que era segurança alimentar, como se sentiam em relação a isso, o que era estar inseguro em termos alimentares, entre outras. Radimer entrevistou diversas pessoas e formulou uma série de conceitos que dividiu em categorias e por fim acabou transformando esses conceitos em um questionário que traduzia toda essa percepção das pessoas em relação à insegurança”, informa.
A fome no mundo
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