Depois de quase 40 dias desde a data prevista para reajuste salarial dos motoristas e cobradores de ônibus em Curitiba e Região Metropolitana, os funcionários recusaram a contraproposta patronal e estão às portas de uma nova greve. A decisão aconteceu durante a terceira reunião entre empresários e colaboradores, na tarde desta quarta-feira (8) na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).
Segundo Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc), os patrões aumentaram a proposta do reajuste de 3,81% para 5,43%, que é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) calculado entre 2016 e 2017. No entanto, o valor continua muito longe dos 15% solicitados pela classe.
“Percebemos que há uma dificuldade muito grande em chegar a uma proposta justa para o salário dos trabalhadores, e os outros 78 itens apresentados em nossa pauta nem sequer foram citados. Então, avisamos que vamos deflagrar greve e devemos ter a data marcada já na próxima sexta-feira (10)”, disse.
Como já existe um indicativo aberto desde o início da campanha salarial, o Sindimoc precisa, agora, do apoio de toda a classe na ação. “Vamos fazer tudo dentro da lei. Por isso, contamos com o apoio de toda nossa categoria para se unir, se mobilizar, e lutar por condições mais justas de trabalho”, declarou o presidente, que ainda aguarda uma nova proposta dos empresários que evite a paralisação.
No entanto, de acordo com o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), o momento delicado da economia e o desequilíbrio econômico-financeiro nos contratos de concessão do transporte coletivo em Curitiba inviabilizam o aumento. Assim, a proposta continua sendo o INPC. Além disso, a entidade informa que ainda não foi notificada a respeito do indicativo de greve, portanto, não de pronunciará a respeito.
Data para greve
Enquanto os patrões aguardam a notificação, o Sindimoc se organiza para incluir mais essa greve em sua agenda para, então, informar à comunidade a data exata de sua realização. “Como já temos uma paralisação geral marcada para dia 15 de março, ainda não sabemos como vamos fazer porque são duas pautas muito importantes que precisam de atenção”, garante Anderson.
No dia 15, a categoria cruzará os braços em apoio à campanha “Todos contra o fim da Aposentadoria”, iniciativa idealizada pelas centrais sindicais contra a Reforma da Previdência. Lançada esta semana no Facebook, a campanha já tem quase 50 mil seguidores.