Ah, o amor. Ele não tem fronteiras, nem barreiras. Por mais clichê que isso pareça, o ato de amar é atemporal. Nunca é brega (mesmo que o taxem como tal). Amar é sentir, é viver intensamente um sentimento que te tira dos eixos, te faz mudar. O amor não vê tipos, preconceitos, tribos ou trejeitos. O amor é suficiente. O amor basta.
Foi o amor que moveu o fotógrafo Rafael Festa, de 32 anos, e a gerente comercial Tatiani Ziegler, de 30, até o encontro de uma criança de 1,44m, 40 quilos e 10 anos de idade. Foi este amor que transformou um processo burocrático longo e muitas vezes sofrido, na gestação de uma história linda, que hoje inspira milhares de pessoas.
Prova disso foi a maneira com que uma postagem feita por Rafael viralizou nas redes sociais. Em seu perfil no Facebook ele contou de maneira emocionante a história de sua família e, especialmente, da chegada de Kauan. Na contramão das recomendações para se evitar exposição de assuntos pessoais na internet, ele escancarou e exibiu para todo mundo ver o que jamais deveria ficar escondido: o amor. Foram mais de 100 mil compartilhamentos.
Em entrevista à Tribuna do Paraná, Rafael Festa explicou que nada os impedia de ter um filho biológico, mas que a adoção sempre fez parte dos seus planos. “Essa vontade sempre existiu no nosso coração e não pensávamos que ela poderia acontecer tão rápido. Confiamos no poder de Deus e aceitamos que foi assim. Tem tanta criança no mundo precisando de amor, que resolvemos dar um pouco do nosso. A palavra-chave é o amor”, disse.
Com a enorme repercussão da postagem, Rafael espera que as pessoas se conscientizem da importância deste ato. A doção tardia é pouco difundida e a fila de crianças em idade “avançada”, à espera de uma nova família, é muito maior do que os demais órfãos.
Rafael contou que o apoio dos familiares foi essencial para que o filho fosse bem recebido. “Foi incrível. Quando contamos a todos do nosso ciclo de amigos e familiars, todos foram super a favor. Respondemos a todas as perguntas, deixando claro o que sentíamos. O apoio foi total”, disse. Entretanto, a falta de apoio não deve ser impeditivo para quem deseja adotar.
Quem também curtiu a experiência foram os avós. Apesar de já terem a pequena Rebeca, de 4 anos (sobrinha de Rafael), eles curtiram muito o novo netinho. “Cada neto é uma experiência diferente, nova. A reação deles foi especial, com carinho e acolhimento. Este afeto familiar é extremamente produtivo para que todo o processo funcione bem.
O processo todo durou cerca de oito meses, o que é considerado rápido em se tratando de adoção. A guarda ainda é provisória, mas a guarda permanente deve acontecer sem problemas. Todo o processo foi acompanhando por assistentes sociais e feito sob critérios rigorosos. Apesar de deixarem a vinda de outros filhos biológicos nas mãos de Deus, Rafael garante que uma nova adoção pode acontecer.
Confira abaixo o relato completo de Rafael: