Policial apresenta equipamentos |
Goiânia – Foi presa, em Goiânia, uma quadrilha de hackers (piratas da internet) que desviava dinheiro de correntistas de todo o País para pagar dívidas de consumidores que estavam inadimplentes com empresas públicas de Goiás. Seis pessoas foram presas em flagrante, entre elas um comerciante que se beneficiou do golpe. A quadrilha localizava devedores das companhias de energia, água e telefone e fazia a proposta de quitar o débito em troca de metade do valor da dívida.
A polícia apreendeu uma lista com números de contas e senhas e acredita que pelo menos 200 correntistas tenham sido vítimas. A lista dos beneficiados ainda está sendo investigada. Os policiais apreenderam computadores e disquetes num escritório clandestino. Pelas investigações, o grupo agia desde março deste ano.
No último dia 27, seis integrantes de um esquema de desvio de dinheiro de contas particulares de correntistas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal foram condenados pela 4.ª Vara Federal de Belém. As penas variam de seis anos e quatro meses a oito anos e oito meses. Os réus terão de cumprir pena em regime fechado. Além da prisão, cada hacker foi condenado a pagar multas que variam de R$ 5.400 a R$ 12.600.
Os crimes foram desvendados pela Operação Cavalo de Tróia, da Polícia Federal. O grupo foi condenado por formação de quadrilha, estelionato e quebra de sigilo bancário sem autorização judicial.
A quadrilha agia a partir de Parauapebas, município do sul do Pará, mas tinha ramificações em todo o País. Alguns dos integrantes foram presos em outubro de 2004, na segunda fase da Cavalo de Tróia. Acusados de participar do esquema estão presos provisoriamente e aguardam julgamento.
Primeira fase
A primeira fase da Operação Cavalo de Tróia foi realizada no dia 5 de novembro de 2003 nos estados do Pará, Goiás, Maranhão e Piauí, envolvendo um efetivo de 205 policiais federais, com o objetivo de prender uma quadrilha especializada em cometer crimes pela internet, contra bancos e clientes. Culminou com a descoberta dos hackers que criaram sites e programas de computador capazes de capturar senhas e outras informações pessoais dos clientes que movimentavam as contas através da internet. Esta investigação resultou na expedição de 33 mandados de busca e apreensão e outros de prisão, resultando em 27 pessoas presas.
Na segunda fase, a Polícia Federal prendeu no dia 20 de outubro de 2004 uma quadrilha de hackers, internautas e laranjas, que desviou R$ 240 milhões de bancos públicos e privados do País, pela internet. A PF prendeu 64 pessoas nas cidades do Pará, Tocantins, Maranhão e Ceará. A quadrilha agia em várias cidades dos quatro estados. Entre ?os cabeças? da quadrilha estavam Fábio Florêncio e Athaíde Evangelista, que teria criado um dos programas, o Disney.com, para a realização das fraudes.