Uma criança venezuelana de 4 anos com sarampo morreu nesta sexta-feira (2) em Boa Vista (RR). Ela havia chegado à fronteira do Brasil com a Venezuela desnutrida e doente. Roraima já tem 18 pessoas com sintomas do vírus. Antes desses casos, registrados a partir de fevereiro, o País estava livre do sarampo havia quase três anos.
A criança de 4 anos, vinda da cidade de Pacaraima, estava internada desde o início do mês passado. De acordo com a prefeitura de Boa Vista, ela chegou ao hospital com suspeita de sarampo e foi isolada. O atestado de óbito aponta pneumonia, infecção generalizada e desnutrição grave.
Segundo a prefeitura, apesar de a criança ter sido infectada pelo vírus do sarampo, ainda não é possível dizer oficialmente que esta foi a causa da morte, já que ainda não saíram os resultados dos exames sorológicos.
Dos 18 casos suspeitos, 6 foram confirmados até agora. São três meninos e três meninas com idades entre 9 meses a 10 anos. Quatro são brasileiros e 2, venezuelanos. Em comum, nenhum dos pacientes havia se vacinado. Eles apresentam febre alta e manchas pelo corpo.
Na quinta-feira (1), o Ministério da Saúde enviou mais 20 mil doses da vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) para Roraima. Outras 80 mil doses já haviam sido enviadas anteriormente pela Pasta.
Desde o dia 13, foram aplicadas mais de 2 mil doses do imunizante. A ideia é reforçar a campanha, incluindo vacinação casa a casa, para atingir a meta de 95% de cobertura, diz a coordenadora-geral de Vigilância em Saúde de Roraima, Daniela Souza. A ação será feita em 15 municípios do Estado.
A Venezuela enfrenta um surto de sarampo, principalmente no município de Caroni, na região de Bolívar, fronteira com Roraima. A baixa imunidade à doença, somada ao fato de que milhares de venezuelanos estão cruzando a fronteira rumo ao Brasil, causou um grave problema de saúde pública.
No Brasil, os últimos registros de sarampo haviam ocorrido entre 2013 e 2015, com 1.310 casos confirmados. Naquela época, Roraima confirmou um caso da doença. Em setembro de 2016, a circulação do vírus na região das Américas foi declarada eliminada por autoridades internacionais.