O Paraná Clube volta a apostar em um ?emergente? para comandar o time na dura missão de retornar à elite do futebol brasileiro.
Rogério Perrô, revelação do último Paranaense à frente do Toledo, é o novo técnico do Tricolor, ocupando a vaga de Paulo Bonamigo.
O acerto foi fechado no início da noite de ontem, após quase quatro horas de reunião com o profissional. O clube tenta, assim, sair da lama com uma estratégia já aplicada em outras épocas.
?Revelamos muitos treinadores nos últimos anos?, lembrou o vice financeiro Waldomiro Gayer Neto, citando Cuca, Caio Júnior e até Geninho, que antes de vir para o Paraná, em 2000, atuava como supervisor do Ituano.
Aos 39 anos, Rogério Perrô terá a grande oportunidade em sua carreira, após realizar bons trabalhos no União Bandeirante e no Toledo. O treinador retornou ao interior paranaense ainda ontem à noite e será oficialmente apresentado amanhã.
Até lá, a diretoria espera definir a composição completa da comissão técnica. É certo que Perrô trará um auxiliar e o clube deve trabalhar com um segundo assistente (do clube). Há ainda a questão da preparação física a ser equacionada.
A idéia é acertar com um preparador ?do clube? para evitar períodos de transição como os que abalaram o Tricolor no ano passado, quando trabalhou com cinco treinadores e cada um trouxe seu preparador físico. Solivan Dalla Valle, que há tempos formou ?dobradinha? com Bonamigo, está nos planos, mas o assunto será definido hoje.
?Vamos ter um preparador e um auxiliar ligados ao clube. A idéia é criar uma filosofia de trabalho que não seja modificada a cada mudança no comando técnico?, justificou o vice de futebol Durval Lara Ribeiro, que evitou citar nomes de preparadores físicos ou auxiliares-técnicos.
?Gostamos da conversa que tivemos com o Perrô e estamos tentando um novo caminho?, disse Vavá. ?Me pareceu um profissional bem centrado e que poderá implantar aqui a sua filosofia de trabalho?, disse. Perrô é formado em Educação Física e obteve destaque no Estadual fazendo do Toledo um time competitivo, que em casa foi mortal.
A definição ocorreu com o aval de todo o departamento de futebol e dos principais dirigentes do clube. Assim, o Paraná volta ao perfil de outros anos: treinadores com padrões financeiros menores, mas com vontade de vencer na profissão. Uma estratégia que deu certo até ano passado, quando o Tricolor entrou numa ciranda de treinadores e naufragou após as passagens de Zetti, Pintado, Gilson Kleina, Lori Sandri e Saulo de Freitas.
Rogério Perrô levou a melhor entre os muitos nomes que surgiram. De treinadores rodados, emergentes e alguns quase que iniciantes, as especulações correram soltas pelos lados da Vila Capanema.
Os dirigentes, enquanto aguardavam a reunião com Perrô, se limitavam a afirmar que estavam sondando o mercado, pois até sábado não tinham a mínima intenção de partir para uma mudança no comando técnico.
?Quando trouxemos o Bonamigo, era para levar adiante o projeto de voltar à primeira divisão. Infelizmente, os resultados não vieram?, disse o vice de futebol Durval Lara Ribeiro. ?Agora, esperamos que o Perrô possa trazer o grupo para o seu lado?, comentou Vavá. O dirigente confirmou que o clube deve ainda buscar reforços, tentando minimizar a ausência de muitos atletas que estão no departamento médico e sem condições de jogo.