Cria da base do Atlético, o meia Marcos Guilherme tinha tudo para se tornar ídolo e render um alto lucro financeiro ao clube. Citado pelo presidente Mario Celso Petraglia como a maior revelação do Furacão nos últimos anos, o jogador, no entanto, não contou muito com o apoio do dirigente para mudar sua situação internamente.
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Apesar de ter gerado mais de R$ 3 milhões com o empréstimo de um ano e meio ao Dínamo de Zagreb, da Croácia, o atleta não contou com o aval do presidente para ter mais espaço. Muito criticado e cobrado por torcedores, o meia, em entrevista ao site da ESPN Brasil, admitiu que estava impossível seguir no Rubro-Negro e que ir embora era o melhor caminho. “Foi um momento complicado. Eu já não tinha clima nenhum para continuar no Atlético”, disse Marcos Guilherme.
O caminho natural era o Flamengo. A negociação com o time carioca se arrastou por quase dois meses, até que, em cima da hora do fechamento da janela de transferências internacionais, surgiu o Dínamo de Zagreb.
“Tinha que sair e ter um novo lugar para jogar, então fiquei no impasse de Flamengo e outros grandes que estavam tentando. Gerou uma ansiedade de saber onde vai jogar e se preparar mentalmente. Foram dois meses de negociação com Flamengo. Fiquei no meio disso tudo e querendo que resolvesse tudo o quanto antes. De última hora, apareceu o Dínamo com uma proposta em dois dias. Estava tudo certo e preparado para ir jogar no Flamengo. Me falaram que aceitaram a proposta e no dia seguinte arrumei as malas para ir embora para o Croácia”, revelou.
Apesar disso, Marcos Guilherme isenta Petraglia de qualquer responsabilidade pelo que aconteceu no Furacão. Inclusive, admite que poucas vezes conversou com o mandatarário rubro-negro.
“Tenho uma boa relação com o Petraglia, sim. Mas diferente do que a torcida do Atlético acha, eu nunca fui de conversar muito com ele. Em todos esses anos, só falei frente a frente com ele umas três ou quatro vezes no máximo. Mas a relação é muito boa e sei que ele gosta muito de mim”, explicou.
No entanto, acredita que a declaração do presidente no passado acabou pesando muito no seu desempenho em campo. Com a responsabilidade nas costas de ser “a maior revelação do clube”, o jogador passou a ser visto pelos torcedores como um craque decisivo e a cada jogo abaixo das expectativas, as vaias e os protestos só foram aumentando.
“Sempre fui muito cobrado até pelo que o Petraglia falou. Em 2012, quando eu estava na base, ele disse que eu poderia ser o maior talento do Atlético. Por essa frase, fui extremamente cobrado. Quando eu estava bem e jogando isso, não atrapalhou em nada, foi só confirmando. Mas nós sabemos que futebol é fase, tem fase boa e ruim. Ano passado tive uma fase muito ruim, foi meu pior ano como profissional. Isso é normal, sou novo e oscilo. Por causa dessa frase, no momento ruim atrapalhou bastante. Se não tivesse essa frase, com certeza as coisas seriam diferentes no mau momento”, completou.