Zere as dívidas!

Foto: Pedro Serápio

O número de famílias curitibanas endividadas caiu de 89,1% para 88,1% entre setembro e outubro, segundo pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio-PR). No entanto, Curitiba continua na liderança do ranking brasileiro de endividamento. Por outro lado, as empresas estão mais dispostas a renegociar as dívidas nesta época do ano, com a injeção de bilhões de reais na economia graças ao 13º salário.

O cartão de crédito é o principal meio de endividamento na capital paranaense (69,8%). A segunda causa, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é financiamento de imóveis ou veículos, que soma 21,1% do total.

O encarregado de açougue, Eliezer Soares, se encaixa nesse quadro, com uma dívida de aproximadamente R$ 5 mil com a Caixa Econômica. “É a segunda vez que fico com o nome sujo, então resolvi aproveitar o 13º salário para renegociar com o banco”, relata.

Para especialistas, utilizar o dinheiro a mais no fim do ano é uma excelente opção para se livrar das contas pendentes. “Uma boa dica para utilizar o 13º é reservar uma parte para pagar as dívidas e assim recuperar seu crédito para abrir a possibilidade de contrair um novo tipo de empréstimo. Mas é importante não esquecer de guardar outra parte para pagar as contas do início do ano, como IPVA e IPTU”, exemplifica o economista Daniel Poit.

Chance de renegociar

Eliezer: "(...) resolvi aproveitar o 13º salário para renegociar com o banco”. Foto: Pedro Serápio
Eliezer: “(…) resolvi aproveitar o 13º salário para renegociar com o banco”. Foto: Pedro Serápio

O consumidor que quer quitar as pendências tem até o dia 26 de novembro para participar do “Super Feirão Serasa Limpa Nome”, realizado online pelo site www.serasa consumidor.com.br/feirao. Nela, as pessoas podem renegociar as dívidas com condições e descontos especiais, além de ter os dados dos credores, como endereços e telefones, para uma negociação direta da dívida, sem intermediários. Para acessar o serviço, é preciso informar os dados pessoais e o número do CPF.

Na última edição do Feirão, mais de 5 milhões de consumidores acessaram o site para tentar uma renegociação, sendo 5,3% do Paraná. Além disso, a negociação é feita durante todo o ano e intermediada por entidades como a Associação Comercial do Paraná (ACP).

Consulte seu nome!

Simone explica que o devedor deve pagar todas as parcelas.
Simone explica que o devedor deve pagar todas as parcelas.

Para consultar se seu nome consta no banco de dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), é preciso ir até a ACP (Rua XV de Novembro, 621) portando RG e CPF. No local, também é possível realizar o processo de recuperação de crédito.

A gerente de serviços da associação, Simone Scuissatto, alerta que o consumidor precisa estar ciente de que vai precisar pagar todas as parcelas. “Muitas vezes as pessoas conseguem negociar de forma parcelada e pagam apenas a primeira delas para ter o nome excluído do banco de dados. Porém, se elas não pagarem o restante, têm o nome de volta ao banco de dados e com uma dívida ainda maior, com juros mais altos”, afirma.

Dicas de especialistas

Foto: Pedro Serápio
Foto: Pedro Serápio

– Os credores tendem a oferecer descontos maiores para pessoas que estão com o nome pela primeira vez no banco de dados ou que perderam emprego.

– O devedor não deve ter vergonha de pedir para o credor mais descontos. “Se o credor oferecer o parcelamento em 5 vezes, não custa nada pedir para aumentar para 10 vezes”, ilustra o economista Daniel Poit.

– Para saber se a oferta é ou não vantajosa, o endividado pode calcular quanto sairia a dívida sem juros. Quanto mais próximo desse valor, melhor.

– Demonstrar algum planejamento aumenta a credibilidade com o credor. Apresente seus ganhos (salário líquido e trabalhos extras como bicos ou pensões), despesas fixas (aluguel, prestação de financiamentos) e despesas variáveis (contas de luz, água, cartão de crédito) e some o quanto sobraria para demais gastos.

Situação em Curitiba

Setembro de 2016

89,1%    total de endividados                     602.555
27,1%    com contas em atraso                  183.490
10,7%    sem condições de pagar              72.013

Outubro de 2016

88,1%    total de endividados                     596.014
25,0%    com contas em atraso                  169.081
9,9%      sem condições de pagar              66.868

Fonte: CNC

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